‘Nucleação’: Câmara vota requerimento que solicita a reabertura de escolas no interior de Bom Jesus da Lapa

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O debate ‘ferveu’ na Câmara de vereadores de Bom Jesus da Lapa, nesta terça-feira (20), durante a votação  do requerimento apresentado pelos vereadores Jair Gomes (PSDB), Neto Magalhães (DEM) e Romeu Thessing (PCdoB), solicitando do prefeito municipal, do secretário de educação e Igualdade Racial a reabertura das escolas das comunidades quilombolas, Sítio da Boa Sorte, Batalha Sede, Assentamento Renascer, Assentamento Ribeirinho, Cabeça do Boi, Tamboril e Juá Bandeira, no interior do município.

O primeiro a falar, Romeu, leu na plenária algumas matérias, sobre o assunto, sobre a determinação e orientação da justiça do não fechamento de escolas quilombolas, e que, segundo o parlamentar, a comunidade não foi escutada pela gestão. “Nós estamos discutindo nessa manhã, são ao todo 512 famílias, Batalha 86 famílias, Ribeirinho 58, Renascer 156, Cabeça do Boi 48, Tamboril 28, e Juá Bandeira são 116 famílias. Totalizando 406 alunos que estão com interrupção da sua escola, em virtude do prefeito municipal de Bom Jesus da Lapa alegar que é uma determinação do MEC a nucleação das escolas”, disse.

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O vereador Jair Gomes, afirmou que as escolas são em comunidades quilombolas, e não podem ser fechadas sem o consentimento dos moradores.

O vereador Jair Gomes afirmou que já foram fechadas 19 escolas, e que a escola do Juá Bandeira está localizada em área quilombola, não pode ser fechada sem ouvir a comunidade. “É uma falta de bom senso dessa gestão, que muita destas escolas, construídas no ano de 2015 a 2016, foram construídas até quadra de esporte. (…) eu não vejo a necessidade do fechamento de nenhuma escola dessa, eu não sou contra a nucleação, só que ela tem que ser discutida com você”, disse.

O vereador Irmão Romilson, lembrou que é crime fechar uma escola, no entanto, é preciso construir o diálogo, e a situação não pode ser usada para fazer politicagem. O certo é criarmos uma comissão, porque vocês não podem sair daqui sem uma resposta, o mínimo, uma socialização para a gente elaborar um documento ir até o prefeito”, frisou.

Nós sabemos que está nucleando as escolas, mais existe uma lei, área indígenas e quilombolas não poderá fechar escolas. É a Lei 12.660, todos nós quilombolas sabemos. (…) mas eu quero pedir, aos nobres pares aqui, para criarmos uma comissão juntamente com as representações para dialogar com o nosso prefeito”, disse o vereador Davi do Quilombo (PT).

O presidente da Câmara Miguel Leles destacou a importância do diálogo, e que era contra a politicagem que muitas vezes usa da situação para jogar o povo contra o gestor, que “não era a finalidade da oposição e nem da situação. Os interesses da situação e da oposição é ouvir vocês, é levar a reivindicação de vocês para o prefeito. Quando terminar a sessão vamos ouvir a comunidade, porque algumas coisas não vai solucionar o problema que vocês querem, se ficarmos aqui discutindo”, falou.

Como combinado, no final da sessão foi criada uma comissão, com a participação de 3 pessoas da comunidade, que apresentaram na plenária as reivindicações do grupo.

Foi criado também uma pauta a partir das reivindicação, que será levada ao prefeito por alguns vereadores e junto com as representações.