Lixo, esgoto e descaso estão matando o rio Grande em Barreiras

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                         O lixo acumulado esta assoreando o rio, formando uma ilha

O Rio Grande, que segundo a história é o principal responsável pelo surgimento da cidade de Barreiras, ao longo dos anos vem sendo engolido pelo progresso e pela falta de compromisso dos poderes constituídos com o meio ambiente. A expansão urbana desordenada, a atividade agrícola, doméstica, industriais e comerciais geram poluentes característicos que influenciam de diferentes formas na qualidade das águas. Os canais que cortam a cidade despejam todo o esgoto na calha do rio sem nenhum tratamento. Moradores descartam sacolas de lixo dentro dos canais que acabam chegando ao leito, assoreando e dificultando a passagem das águas, formando ilhas, destruindo a fauna e a flora. “As águas de vasos sanitários de diversas casas aqui são lançadas dentro do canal, poluindo ainda mais o rio. Tem dia que é quase impossível suportar o mau cheiro”, afirmou um morador da Vila Dulce que pediu para não ser identificado. A agonia do Rio Grande vem se arrastando há anos, sem que nenhum projeto efetivo seja colocado em prática. Parece até uma utopia, fazer campanha para retirar o lixo do rio, mas não se preocupar com a quantidade de esgoto lançado no leito. É de se admirar que a população ribeirinha ainda não apresentou nenhum tipo de doença provocado pelo grande número de bactérias presentes nas águas do rio.
 O canal de esgoto que corta o centro da cidade lança todo tipo de lixo no leito do rio
O Rio Grande nasce na Serra Geral de Goiás no município de São Desidério (BA) e atravessa a Bahia em direção nordeste até encontrar o Rio São Francisco na cidade de Barra. Com uma extensão de 580 km, é um importante afluente da margem esquerda do Velho Chico, sendo o último antes do gigantesco lago formado pela represa de Sobradinho.
A tão conclamada revitalização do sofrido Velho Chico não dará frutos se os afluentes que fornecem sua água também não receberem os mesmos cuidados, é como doar sangue contaminado para quem já está doente.

E impossível calcular a quantidade de esgoto e lixo que cai no Rio Grande 

Veja a seguir o tempo que cada material leva para se decompor:
Cascas de frutas de 1 a 3 meses – Papel 03 a 06 meses – Pano de 6 meses a 1 ano – Chiclete 05 anos – Filtro de cigarro de 05 a 10 anos – Tampa de garrafa 15 anos – Madeira pintada 15 anos – Nylon mais de 30 anos – Sacos plásticos de 30 a 40 anos – Lata de conserva 100 anos – Latas de alumínio 200 anos – Plástico 450 anos – Fralda descartável 600 anos – Garrafas de vidro – indeterminado – Pneu indeterminado – Garrafas de plástico (pet) tempo indeterminado – Borracha tempo indeterminado – Vidro 1 milhão de anos.
Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e reciclagem, os homens o são em produção de lixo.
Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano. Contudo, uma grande parte deste lixo sobrecarrega o sistema. O problema se agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é não se decompõe facilmente. Vidros, latas e alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse lixo se não tratado provoca poluição. A reciclagem do lixo assume um papel fundamental na preservação do meio ambiente, pois, além de diminuir a extração de recursos naturais ela também diminui o acúmulo de resíduos nas áreas urbanas. Os benefícios obtidos são enormes para a sociedade, para a economia do país e para a natureza. Embora não seja possível aproveitar todas as embalagens, a tendência é que tal possibilidade se concretize no futuro. O tratamento do lixo doméstico no Brasil é realmente uma tragédia, 76% dos 70 milhões de quilos produzidos por dia, são lançados a céu aberto, 10% em lixões controlados, 9% para aterros sanitários e apenas 2% é reciclado. A realidade está mudando, hoje as pessoas que pensam um pouco mais neste planeta recorrem a alternativas que podem minimizar esta situação caótica. Os catadores de papel que na maioria das cidades são marginalizados, na verdade contribuem com uma significativa parcela no processo de reciclagem dos materiais descartados nos grandes centros urbanos.

” O Rio Grande está moderno vestido com seu terno de lixo causado pelos bichos”….. 

Parafraseado (Ronaldo Sena – Xuma Gomes)
Fotos e reportagem: Romildo Sena/Mural do Oeste
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