Luta pela recuperação da BA-160: “Silêncio não significa esquecimento, mas tempo de articulação”

Já se passou um ano desde a manifestação realizada no aeroporto da nossa cidade de Bom Jesus da Lapa por ocasião da vinda do governador Rui Costa. O nosso grito era para sermos vistos como cidadãos providos de direitos, inclusive de ir e vir. A BA – 160 a cada dia nos recorda o descaso de um governo que exclui o povo quilombola e ignora a história de apoio ao PT. A desumanidade dos 65 km precários da BA – 160 que passa por comunidades quilombolas, tradicionais e assentamentos nos faz sofrer a cada dia com o preconceito claro: racismo institucional. Somos pobres, negros, mas não somos tolos. Sabemos que por vezes muitos se aproximam apenas para lançar o veneno da ilusão com promessas baratas.

Este ano fizeram uma “tapiação” na BA-160. Nada do que foi prometido publicamente, ou seja, mais uma vez vimos que a mentira é utilizada confirmando o desrespeito para conosco.

Quilombolas, assentados, comunidades tradicionais trazem forte na sua história as marcas de diversas lutas. Continuaremos lutando até termos uma estrada digna. A cada promessa não cumprida só aumenta nossa resistência e desconfiança. Vamos irmãos e irmãs nos organizando para um ato na romaria do Bom Jesus caso nosso governador apareça. Na terra do Bom Jesus não há mais lugar para promessas enganosas. É bom aprender que o Bom Jesus ama a verdade e o cuidado com o povo simples e abandonado. Quem assim não faz de nada adianta aparecer na romaria para propaganda e promoção partidária.

Daremos nossa resposta. Articulemos, divulguemos e vamos a luta. Vamos juntos dar as mãos nessa nossa causa. Esperaremos o senhor governador, mas dessa vez diferente. Unidos a milhares de baianos na romaria e sem aceitar conversa improvisada. Queremos algo concreto, assinado e com garantia de acontecer.

Em breve reuniremos para outros detalhes.

Na fé de que o Deus dos pobres caminha conosco.

Vosso irmão quilombola…

Pe. Marcos, CSsR

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