Um voo realizado recentemente pelo engenheiro eletricista Lazaro Paixão chamou atenção para a situação preocupante do Rio São Francisco no trecho que corta a cidade de Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia. A partir de imagens capturadas durante o voo de paramotor, foi possível observar a grande extensão de bancos de areia que emergem em meio ao baixo volume de água do rio, fenômeno típico do período de seca, mas que tem se intensificado nos últimos anos(veja vídeo do voo).
O nível do São Francisco, que nesta terça-feira (02) foi medido em 2,68 metros na região, evidencia a tradicional queda das águas no início do segundo semestre, quando o rio apresenta sua vazão mínima anual. Essa condição favorece o aparecimento desses bancos arenosos que, além de modificar a paisagem, impactam a navegação, a fauna aquática e o abastecimento das comunidades ribeirinhas.
As imagens do voo de Lazaro Paixão ilustram com clareza a redução do volume hídrico, reflexo não apenas da sazonalidade da seca, mas também dos efeitos cumulativos do desmatamento no Cerrado — bioma fundamental para a recarga das águas do São Francisco — e da expansão agrícola que exige cada vez mais recursos hídricos.
Esse cenário reforça a necessidade de ações efetivas para a preservação do rio, que é vital para a economia, o meio ambiente e a qualidade de vida da população da região. A combinação entre o fenômeno natural da seca e os impactos das atividades humanas tem gerado desafios crescentes para a manutenção da saúde do São Francisco.
O registro aéreo de Lazaro Paixão serve como um alerta visual para a sociedade e gestores públicos, destacando a importância do monitoramento contínuo do rio e da implementação de políticas ambientais que garantam a sustentabilidade do “Velho Chico” para as futuras gerações.
