Vinte e cinco homens são resgatados de trabalho análogo à escravidão em garimpo no norte da Bahia

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Varela Notícia

Foto: Sinait Bahia/Divulgação

Vinte e cinco trabalhadores em condições análogas às de escravos em garimpos de ametista na Serra da Quixaba, no município de Sento Sé, na região norte da Bahia, durante operação realizada entre os dias 1º e 11 de dezembro.

Ao todo, foram fiscalizados cinco garimpos, onde eram realizadas atividades de perfuração e escavação de poços verticais. Em alguns casos, a profundidade dos poços ultrapassava 60 metros e galerias horizontais já estavam sendo iniciadas.

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Para o transporte dos trabalhadores no interior dos poços, era utilizado um equipamento conhecido como “cavalo”, que consiste em dois laços de borracha nos quais são inseridas as pernas do trabalhador, unidos por argolas de cordas e presos a um gancho, travado e amarrado a cabo de aço, sendo necessário segurar as argolas com as mãos para não ocorrer uma queda.

Diversos trabalhadores tiveram de adquirir ou trazer Equipamentos de Proteção Individual – EPIs por conta própria. Não usavam máscaras para a proteção para evitar a contaminação pelo coronavírus e poucos tinham máscaras próprias para o trabalho em mineração.

Os empregadores não forneceram esses itens essenciais para a proteção dos trabalhadores. Nenhum deles recebeu treinamento para trabalho em mina subterrânea, considerado de alto risco. Também não passaram por exames médicos ocupacionais.

Além disso, os empregadores não dispunham de quaisquer documentos relativos à área trabalhista e de segurança e saúde no trabalho. Os serviços foram interditados em razão de constatação de grave e iminente risco à saúde e segurança dos trabalhadores.

Segundo o Auditor-Fiscal do Trabalho, Diego Barros Leal, a situação encontrada no local é preocupante, tendo em vista as condições degradantes em que os trabalhadores foram encontrados pela equipe de fiscalização. “A partir de agora, a região será monitorada pelos órgãos de proteção do trabalhador, para evitar que situações como essa voltem a ocorrer”, afirmou.