Entre os dias 4 e 6 de julho, a cidade de Bom Jesus da Lapa foi palco da 48ª edição da Romaria da Terra e das Águas, um dos eventos mais simbólicos do calendário religioso e popular do interior da Bahia. Com o tema “Cultivar e Guardar a Criação: construindo caminhos do Bem Viver”, a romaria reuniu milhares de fiéis, representantes de comunidades e organizações populares de diversas regiões do Brasil.
O encontro, mais que uma expressão de fé, reafirmou o compromisso coletivo com a justiça social, a preservação do meio ambiente e a valorização da vida em comunidade. Movidos por espiritualidade e consciência crítica, os romeiros e romeiras vivenciaram momentos de oração, partilha, escuta e reflexão ao longo dos três dias de programação.
A abertura aconteceu na sexta-feira (4), com a missa de acolhimento celebrada na Esplanada do Santuário do Bom Jesus, marcando o início da caminhada espiritual e política da romaria. No sábado (5), o dia foi dedicado às plenárias temáticas, que ocuparam diversos espaços da cidade. Nestes encontros, participantes debateram questões ligadas à terra, à água, aos direitos humanos, aos biomas e à convivência com o semiárido, fortalecendo laços comunitários e levantando propostas concretas para as realidades locais.
O encerramento ocorreu na manhã deste domingo (6), com a Grande Plenária na Gruta da Soledade, onde foram apresentadas as conclusões e encaminhamentos dos grupos de debate, fortalecendo o papel da romaria como espaço de articulação social, resistência e esperança.
A Romaria da Terra e das Águas inaugura oficialmente o ciclo das grandes romarias em Bom Jesus da Lapa. Na sequência, o município se prepara para a tradicional Romaria do Bom Jesus, a maior do calendário local, seguida pela Romaria de Nossa Senhora da Soledade e de Nossa Senhora Aparecida. Durante esse período, a cidade recebe milhares de visitantes e se transforma em um importante ponto de encontro da fé popular brasileira.
Com forte caráter espiritual e político, a romaria consolida Bom Jesus da Lapa como a Capital Baiana da Fé e um centro de resistência das comunidades do campo, das águas e das florestas, que seguem caminhando juntas na construção de um mundo mais justo e sustentável.
