Com mais de três séculos de fé e devoção, a Romaria do Bom Jesus da Lapa inicia oficialmente neste domingo, 28 de julho, renovando a espiritualidade que marca a cidade de Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano, conhecida como a “Capital Baiana da Fé”. A celebração segue até o dia 6 de agosto e reúne milhares de fiéis de todas as regiões do Brasil.
Reconhecida em 2023 como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, a Romaria é considerada a maior expressão religiosa popular do estado — e uma das mais importantes do país. Neste ano, o tema escolhido para guiar os romeiros é: “Somos romeiros e peregrinos da esperança com o Bom Jesus e a Mãe da Soledade”, em sintonia com o Jubileu da Esperança, celebrado pela Igreja em todo o mundo.
Programação religiosa
A programação começa com o novenário, que se estende de 28 de julho até 5 de agosto. Durante esses dias, os fiéis poderão participar de diversas atividades espirituais, incluindo:
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Sete missas diárias em horários variados
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Terço devocional ao Bom Jesus, sempre às 6h30
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Terço da Divina Misericórdia, às 15h
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Novena solene, às 19h
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Batizados realizados às 11h na gruta de Nossa Senhora da Soledade
O ponto alto da festa acontece em 6 de agosto, Dia da Transfiguração do Senhor. As celebrações começam logo cedo, com alvorada festiva às 5h pelas ruas da cidade, seguida por missa e o tradicional terço ao Bom Jesus. A missa solene acontece às 7h e, às 9h, será realizado o translado da imagem do Bom Jesus para a Catedral Nossa Senhora do Carmo. Batizados continuam às 11h na gruta, e o Terço da Divina Misericórdia será rezado novamente às 15h.
A emoção toma conta da cidade a partir das 16h30, com a animação na Esplanada e a espera pela imagem do Bom Jesus. A tradicional procissão tem início às 17h, saindo da Catedral em direção ao Santuário, onde a missa de encerramento será celebrada às 19h.
Origem e legado de fé
A história da Romaria remonta ao ano de 1691, quando o português Francisco de Mendonça Mar, homem profundamente religioso, decidiu viver como eremita após doar todos os seus bens. Carregando apenas um crucifixo do Bom Jesus e uma imagem de Nossa Senhora da Soledade, ele encontrou abrigo em uma gruta escavada no morro da atual cidade e ali construiu um altar, dando início à tradição de fé que atravessa gerações.
A presença de Francisco na gruta chamou a atenção de moradores da região, que passaram a procurá-lo em busca de conselhos e orações. Assim surgiram as primeiras romarias ao local.
Hoje, o Santuário do Bom Jesus da Lapa é conhecido como a “Igreja de Pedra e Luz” — uma referência à gruta natural onde tudo começou. O espaço é considerado o primeiro santuário natural do Brasil e foi eleito uma das sete maravilhas do país.
Com a cidade completamente transformada para acolher os fiéis, a Romaria do Bom Jesus da Lapa reafirma, ano após ano, a força da fé popular, da cultura sertaneja e da esperança que move milhares de corações rumo ao sagrado.
