
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo na tarde desta quinta-feira (16) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TR-RJ). A informação foi divulgada pelo jornalista Venê Casagrande, em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.
Na decisão, o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro determinou que o vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, assuma a entidade como interventor e determinou que ele deverá convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
O caso envolve possível falsificação na assinatura de Coronel Nunes, ex-presidente da CBF. O magistrado pediu para ouvi-lo na última segunda (12), mas a defesa dele afirmou que o intimado não compareceria por razões de saúde.
“Intimado a fim de comparecer à audiência de impressão pessoal designada pelo juízo na pessoa do seu advogado, Dr. André Mattos, o Coronel Nunes não se fez presente, sequer por videoconferência, o que lhe foi facultado”, diz parte do chamamento.
“O referido causídico informa na petição de fls. 2.884 que não conseguiu contato pessoal com o cliente, sendo notificado pela família de que o Coronel Nunes “não está bem” e que se submeterá a avaliação médica no hospital Albert Einstein, em São Paulo”, complementou.
Por essa razão, o desembargador cancelou a audiência e nesta quinta (15) tomou a decisão pelo afastamento do presidente da CBF. Segundo Venê, o documento oficial que determina o afastamento tem nove páginas.
“DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES”, explicou o magistrado em sua decisão.
Entenda o caso
Ednaldo Rodrigues tem enfrentado a Justiça desde que foi eleito presidente da CBF para um mandato de quatro anos. A oposição questiona a assinatura no acordo conjunto com o ex-dirigente da entidade, Coronel Nunes, que antes tinha resolvido o questionamento sobre a eleição de Ednaldo, em 2022.
Na ocasião, a suspeita recaiu sobre a condição de saúde do Coronel Nunes, que assinou o documento em janeiro deste ano. É possível que o documento tenha sido homologado com uma assinatura falsa. Se comprovado, a eleição de Ednaldo perde a validade.
O então presidente da CBF viu a oposição crescer nas últimas semanas. A articulação política veio com vazamento de documentos e ações na Justiça. Há também um laudo pericial, apresentado pela deputada federal, Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney, indicando que a assinatura não é verdadeira.
Ednaldo x Justiça
O ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF) enfrenta a Justiça e é afastado do cargo pela segunda vez. Em dezembro de 2023, o TJ-RI já havia determinado o afastamento de Ednaldo. No mês seguinte, o dirigente voltou ao comando da entidade, por decisão de Gilmar Mendes, do STF.