Procuram-se mulheres para concorrer às eleições de 2020 em Bom Jesus da Lapa

0
GrupoSCosta-350x250px
Vereadora Rita Ribeiro.

A mulher está disputadíssima pelos partidos políticos para concorrer às eleições municipais de 2020 com o fim das coligações nas proporcionais (vereadores). Se antes, nas coligações, as legendas dividiam a cota de 30% para candidatas mulheres, agora, cada partido precisa montar a sua própria chapa. Isso tem levado  à corrida para filiação de mulheres dispostas a enfrentar campanha eleitoral.

As lideranças partidárias  estão preocupados com a montagem de chapa por falta de mulheres envolvidas na política. E a cota é criticada por alguns desses líderes. Mas não tem jeito, os partidos vão ter de cumprir a determinação constitucional de reservar 30% das vagas para mulheres.

Em Bom Jesus da Lapa, por exemplo, cada partido poderá montar chapa de vereadores de até 23 nomes. Mas terá de reservar cerca de 7 vagas para mulheres. Imagine, então, 6 partidos concorrendo às eleições para Câmara Municipal. Serão 42 mulheres nas ruas lutando por uma vaga de vereador.

BahiaFArmShow-350x250px

As dificuldades dos partidos serão enormes, por isso da resistência à cota por parte de alguns grupos.

Na sessão solene de abertura do ano legislativo 2020, realizada na manhã desta terça-feira(18), a vereadora Rita Ribeiro(PSD), voltou a destacar a importância da mulher na política, e alertou as mesmas para não se tornarem “peças da engrenagem do poder” nas eleições municipais de 2020, já que  mudança na legislação eleitoral tem feito muitos  partidos correrem  para filiar  mulheres  “nos seus partidos”. “Eu enquanto mulher, representantes das mulheres dessa casa, eu não podeira deixar, nesse primeiro dia, salientar, que a Emenda Constitucional nº 97 de 2017, ela vedou coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020. Então, nessa eleição desse ano, nós não teremos coligações. E um dos principais reflexos que essa mudança se dá, é o ato do registro de candidatura, especialmente porque, cada  partido deverá  indicar, no mínimo,  30% de mulheres, que é a chamada cota de gênero”, explicou a vereadora.

“Então, antes, como tinha as coligações,  30% no mínimo para as coligações. Nesse ano serão 30% da cota de gênero, que é a cota de mulheres, por partido. E porque eu falo isso aqui nessa manhã? Eu falo, porque é um chamamento as mulheres – venha para ruas, venha para às urnas, fazer as mudanças políticas do nosso país”, disse Rita.

Após convidar as mulheres a fazerem parte da política local, a vereadora alertou as mesmas a terem cuidado na hora de filiar em um partido. “Tomem cuidado para não se tornarem apenas peças de engrenagem do poder”. E destacou que  tem acontecido uma corrida, por parte  de vários presidentes de partidos, de última hora, querendo afiliar mulheres em Bom Jesus da Lapa”, e questionou: “para serem objetos, peças de engrenagem do poder?” Mulheres venham para a política para participar! Venha para ganhar!”

“Venha para ter espaço nessa casa. Não aceite que nenhum partido faça a sua filiação, só para colocar você como peça de engrenagem.  Porque se nós falamos tanto da conquistas da mulher, dese empoderamento feminino, nós não podemos deixar que eles nos usem como coisa, como objeto”, alertou a parlamentar.

Rita finalizou o discurso convidando todas as mulheres a se filiarem em um partido, com coragem  para poderem fazer parte de verdade do debate político, e das decisões do Poder Legislativo, ocupando uma cadeira na Câmara de Vereadores.

De acordo com o secretário Judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fernando Alencastro, a partir de 2020, as legendas deverão encaminhar à Justiça Eleitoral, juntamente do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (Drap), a lista de candidatas que concorrerão no pleito, respeitando-se o porcentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A regra está prevista no artigo 10, parágrafo 3º da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições).

“Antes, a indicação de mulheres para participar das eleições era por coligação e, agora, será por partido. A mudança vai impactar principalmente o fomento à participação feminina na política, muito incentivado pela legislação. Agora, o partido não vai poder ter como escudo outros partidos para que, enquanto coligação, eles atingissem os 30%”, observou Alencastro.