Bolsonaro diz que estado de sítio não está no radar e que “depois da facada, não vai ser uma gripezinha” que vai derrubá-lo

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Bolsonaro, sem máscara, durante a coletiva.
Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (20) que não está “no radar” do governo a possibilidade de pedir a decretação de estado de sítio no País, e que a medida seria um extremo. No final da entrevista, ao ser questionado sobre seus exames, afirmou que “depois da facada, não vai ser uma ‘gripezinha’ que vai me derrubar”.

Estado de sítio

O estado de sítio, previsto no Artigo 137 da Constituição Federal, precisa de aprovação do Congresso Nacional, após manifestação do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional. No estado de sítio, algumas garantias constitucionais podem ficar suspensas em normas definidas pelo Poder Legislativo.

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“Ainda não está no nosso radar isso, não. Até porque isso, para decretar, é relativamente fácil de fazer uma medida legislativa para o Congresso. Mas seria o extremo isso aí, e acredito que não seja necessário. Bem como estado de defesa. Isso aí você não tem dificuldade de implementar. Em poucas horas você decide uma situação como essa. Mas daí acho que estaríamos avançando, dando uma sinalização de pânico para a população. Nós queremos sinalizar a verdade para a população”, afirmou a jornalistas em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, para tratar da ações de combate à disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no País.

De acordo com a Constituição, o estado de sítio poderá ser solicitado ao Congresso Nacional em duas situações: comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa ou declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

O número de mortes em decorrência da Covid-19 subiu para 11 e o total de infectados pelo vírus soma 904 no País, segundo a última atualização divulgada pelo Ministério da Saúde.

Colapso

Durante a coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que medidas estão sendo tomadas para ampliar a capacidade do sistema público de saúde. “Nós vamos ampliando, semana a semana, nosso sistema pode inflar, ele pode crescer, mas nós temos que fazer isso garantindo equipamentos, luvas, equipamentos de respiração artificial.”

De acordo com o ministro, o sistema de saúde só entraria em colapso caso nada seja feito. “Se nós não fizéssemos nada, se não aumentássemos a capacidade instalada, se ficássemos parados, olhando, nós teríamos um megaproblema, porque esse sistema, do jeito que ele vem, sem fazer nada, você colhe um colapso. Nosso sistema aguentaria, mesmo com sua capacidade normal, por volta de 30 dias.”

“Gripezinha”

Ao final da coletiva, o presidente  voltou a minimizar a pandemia que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, chamando a doença de uma “gripezinha”. “Depois da facada, não vai ser uma ‘gripezinha’ que vai me derrubar”, disse após ser questionado sobre a razão de ele não tornar públicos os resultados dos seus exames.