O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), referência no SUS para cirurgias ortopédicas de alta complexidade, tem adiado procedimentos eletivos para atender vítimas de acidentes de trânsito, principalmente envolvendo motocicletas. Em 2024, 1.450 cirurgias eletivas deixaram de ser realizadas devido a transferências emergenciais, sendo que 1 em cada 5 pacientes atendidos era motociclista com lesão grave.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados após acidentes, representando mais da metade das internações por lesões de trânsito no país.
As hospitalizações desse grupo consumiram mais de R$ 2 bilhões em recursos públicos. A situação se agrava com o aumento de trabalhadores de aplicativos entre as vítimas, chegando a 31% em cidades como São Paulo e Belo Horizonte. Além de exigirem maior tempo de internação — cerca de 25 dias —, esses casos também geram custos mais altos e demandam reabilitação prolongada.