Deputados e senadores do Congresso Nacional estão se mobilizando para garantir a liberação antecipada das emendas ao Orçamento de 2026, com o objetivo de utilizar os recursos antes do pleito eleitoral do próximo ano. A articulação é vista como uma forma de fortalecer as campanhas de reeleição ou viabilizar candidaturas a novos cargos.
De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, a estratégia ocorre em um cenário de atrito entre o Palácio do Planalto e lideranças do Congresso. A liberação antecipada das verbas ampliaria o poder de articulação dos parlamentares em suas bases, especialmente em estados e municípios onde o apoio financeiro pode se traduzir em vantagem eleitoral.
O movimento ganhou força após um episódio recente envolvendo a presidência da Câmara dos Deputados. Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu a presidência interinamente, descumpriu um acordo político com o PT ao não transferir para o partido a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 — uma posição estratégica por influenciar os rumos do orçamento federal no ano eleitoral.
A relatoria acabou ficando com Gervásio Maia (PSB-PB), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o que ampliou o desconforto entre o governo Lula e sua base no Congresso. A manobra em torno das emendas reforça a disputa por influência sobre os recursos públicos em um período de acirramento político pré-eleitoral.
