
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou o ex-coordenador do posto avançado do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em Guanambi, Jacques Douglas Santos Silva da Palma, por envolvimento em um suposto esquema de corrupção e crimes ambientais que teria movimentado cerca de R$ 16,5 milhões entre 2018 e 2024.
A denúncia surgiu a partir da Operação Ceres, deflagrada em julho deste ano nas cidades de Guanambi e Riacho de Santana, no sudoeste baiano. A investigação foi conduzida pelo 7º Promotor de Justiça de Patrimônio Público da Capital, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
Segundo o MP-BA, os investigados teriam fraudado processos de licenciamento ambiental para beneficiar grandes empreendimentos rurais da região, mediante pagamento de propina. As autorizações ambientais eram concedidas de forma ilegal e privilegiada em troca de vantagens financeiras.
Além de Jacques Douglas, a denúncia inclui outros nomes ligados ao Inema e à Assembleia Legislativa da Bahia, como:
-
Maristela Tereza de Castro – ex-secretária parlamentar da ALBA;
-
Angélica Xavier da Silva Cardoso, Victor Vinícius Santana Arouca e Patrícia Viviane Barros de Azevedo – ex-secretários da Direção-Geral do Inema;
-
Sabrina Mendes Leal Santos Teixeira de Freitas – ex-secretária da Coordenação de Agrossilvipastoris;
-
Alexander Von Amomon – consultor ambiental;
-
Gervalter Barreiros Pizato – fazendeiro e dono das fazendas Pedra Preta, Perobal e Barreirinho.
Os envolvidos foram denunciados por crimes de corrupção ativa e passiva, associação criminosa e, no caso de Jacques Douglas, crime ambiental.
Durante a operação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis de alto padrão, incluindo uma mansão em Riacho de Santana e residências em cidades como Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas e Guanambi, onde Jacques atuava.
O Inema, em nota oficial, informou que os fatos são anteriores à atual gestão da diretora-geral Maria Amélia Lins. A autarquia também declarou ter aderido ao Programa Bahia de Integridade Pública (PBIP) e reforçou o compromisso com a legalidade, a ética e a transparência.