Em pouco mais de seis meses, os deputados federais da Bahia acumularam mais de R$ 1,1 milhão em despesas com combustíveis, pagos com recursos públicos. Os dados, levantados junto ao Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, abrangem o período entre 1º de janeiro e 22 de julho de 2024.
Na média, cada um dos 39 parlamentares baianos utilizou cerca de R$ 29 mil com combustíveis — o que equivale a aproximadamente R$ 4,1 mil por mês. Com esse valor individual, seria possível adquirir em torno de 665 litros de gasolina ao preço médio de R$ 6,22 por litro. Em escala, os R$ 1,1 milhão dariam para percorrer mais de 2 milhões de quilômetros, o suficiente para dar mais de 50 voltas completas ao redor da Terra.
Quem lidera os gastos
Entre os maiores gastos individuais, o deputado Jonga Bacelar (PL) lidera o ranking, com R$ 61,6 mil em despesas com combustíveis. Na sequência estão Paulo Magalhães (PSD), com R$ 58,3 mil, e Charles Fernandes (PSD), com R$ 57 mil.
Outros nomes que aparecem no topo da lista incluem:
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Josias Gomes (PT): R$ 53,6 mil
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Jorge Solla (PT): R$ 51,5 mil
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Zé Neto (PT): R$ 44 mil
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Roberta Roma (PL): R$ 42 mil
Gastos dentro da cota parlamentar
Todos os valores são cobertos pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), conhecida como “cotão”, verba mensal destinada a custear despesas relacionadas ao mandato, como alimentação, passagens aéreas, hospedagem, consultorias e combustíveis.
O valor dessa cota varia conforme o estado do parlamentar, levando em conta a distância até Brasília e os custos operacionais para o exercício da função.
O uso desse recurso, apesar de legal, volta a acender o debate sobre os limites e a transparência no uso do dinheiro público para manter atividades parlamentares, especialmente em um cenário de crise econômica e alta no preço dos combustíveis.
