
A Medida Provisória (MP) 1303, que altera regras de arrecadação alternativas à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foi retirada de pauta na Câmara dos Deputados, representando uma derrota para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A estratégia do parlamento é deixar a medida caducar sem a digital dos parlamentares. Para entrar em vigor, a proposta precisava ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até as 23h59 desta quarta-feira (8). Mais cedo, a ministra Gleisi Hoffmann se pronunciou sobre o assunto.
Partidos do Centrão, como União Brasil e Progressistas (PP), fecharam acordo para barrar a votação. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que há uma sabotagem articulada pela Câmara para inviabilizar o projeto. Após a confirmação de que a MP foi retirada de pauta, houve comemoração da oposição da Casa.
“Se ela (a MP) não for aprovada, vamos ver como é que nós vamos fazer”, disse o presidente. “Se o Congresso não quiser votar, estará contra os interesses do povo, e não contra Lula”, completou, em declaração ao Estadão.
Lula também criticou parlamentares que relacionaram a votação da MP a uma antecipação da disputa presidencial de 2026. O petista classificou a atitude como “bobagem” e “pobreza de espírito”. O petista esperava do Congresso uma “lição de maturidade” ao analisar e aprovar a matéria.