
O ex-vereador de Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, Valdnei da Silva Caires, conhecido como “Bô”, foi condenado a 34 anos de prisão pelo crime de feminicídio. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (16), no Fórum de Brumado, no sudoeste da Bahia.
Valdnei era o principal acusado pelo desaparecimento e morte de Beatriz Pires da Silva, de 25 anos, ocorrido em janeiro de 2023. A jovem estava grávida de seis meses na época, e seu corpo nunca foi encontrado.
Segundo as investigações, Beatriz mantinha uma relação amorosa com o ex-parlamentar, que também era apontado como pai da criança que ela esperava. A última vez em que foi vista com vida, Beatriz entrou em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra da Estiva, veículo frequentemente utilizado por Valdnei.
Antes do desaparecimento, a jovem informou à família que faria uma viagem com o pai do bebê, mas não revelou sua identidade. A ligação entre Beatriz e o então vereador foi confirmada no decorrer das investigações, e, em junho de 2023, Valdnei foi preso preventivamente após denúncia apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
De acordo com o MP, a motivação do crime foi a intenção de Beatriz de revelar publicamente que Valdnei era o pai da criança, o que o acusado não aceitava, por temer danos à sua imagem política. Ainda segundo depoimentos, Beatriz chegou a cogitar a interrupção da gravidez, devido à pressão que sofria do ex-vereador. A jovem já era mãe de uma criança, também fruto da relação com Valdnei.
A sentença foi proferida após julgamento pelo tribunal do júri, com ampla comoção social e presença de entidades que acompanham casos de violência contra mulheres. A condenação marca o desfecho de um caso que chocou a população de Barra da Estiva e toda a região.
























