A Bahia é o estado brasileiro com o maior número de facções criminosas identificadas, com um total de 17 grupos em operação. O levantamento, divulgado pelo jornal O Globo neste domingo (10), revela que Pernambuco ocupa o segundo lugar, com 12 facções, enquanto Mato Grosso do Sul fica em terceiro, com 10 organizações criminosas.
A pesquisa foi baseada em dados fornecidos por secretarias estaduais de Segurança Pública, administrações penitenciárias e Ministérios Públicos de diversas regiões do país. O estudo revela que, no total, 64 facções criminosas estão ativas no Brasil. Dessas, 12 atuam em mais de um estado, enquanto as outras 52 são consideradas de abrangência local.
Apesar de a pesquisa oficial indicar 17 facções no território baiano, o especialista em segurança pública e professor de Direito Penal, Luciano Bandeira Pontes, aponta que, na realidade, são 21 os grupos em atuação no estado. Em uma conversa exclusiva com o site bahia.ba, o especialista fez duras críticas à inteligência policial na Bahia, destacando que a segurança pública no estado não tem se mostrado eficaz no monitoramento da movimentação das facções. “A falha na vigilância permite a migração dos grupos criminosos, algo que é claramente percebido pela população”, afirmou Pontes.
Entre as organizações com maior poder de atuação no Brasil, duas se destacam por sua presença nacional. O Primeiro Comando da Capital (PCC), com forte influência em 25 estados, e o Comando Vermelho (CV), que mantém atuação em 26 unidades federativas, são os maiores e mais articulados grupos criminosos no território brasileiro.
A pesquisa evidencia, assim, a complexidade do cenário de violência no Brasil, que exige uma resposta mais ágil e integrada das autoridades competentes. A falta de acompanhamento efetivo das facções por parte das forças de segurança tem sido um dos principais obstáculos para a redução da criminalidade, especialmente no estado da Bahia, que continua a figurar como um dos mais violentos do país.
