Bahia registra 97 feminicídios em 2025 e dados revelam perfil das vítimas

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Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A Bahia registrou 97 feminicídios entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Os crimes ocorreram ao longo de todo o ano, com maior concentração em municípios de médio e grande porte, evidenciando a persistência da violência de gênero no estado.

A capital, Salvador, lidera os registros, com 10 casos no período. Na sequência aparecem Feira de Santana (cinco) e Camaçari (quatro). Os números reforçam a dificuldade de romper ciclos de agressão antes que cheguem ao desfecho fatal.

Alguns crimes provocaram grande comoção e revolta. Em Santana, no oeste baiano, uma jovem de 26 anos foi morta dentro de casa, na frente do filho pequeno; o companheiro foi preso como principal suspeito. Já em Santa Maria da Vitória, uma mulher de 43 anos foi assassinada com um tiro no pescoço, caso que chocou a população local e também teve o companheiro apontado como suspeito.

Outro episódio de repercussão nacional ocorreu em Luís Eduardo Magalhães, envolvendo a morte da jovem trans Rhianna Alves, de 18 anos, reacendendo o debate sobre feminicídio, transfobia e falhas institucionais.

O perfil das vítimas indica maior incidência entre mulheres adultas, especialmente de 30 a 34 anos, e predominância entre mulheres pardas. Especialistas apontam fatores culturais, dependência emocional e fragilidade das redes de apoio como elementos que dificultam o rompimento de relações abusivas.

Apesar de ações de prevenção e proteção em curso, os dados mostram que o enfrentamento ao feminicídio na Bahia ainda exige políticas públicas mais efetivas, fortalecimento das redes de acolhimento e atuação contínua para interromper a violência antes que ela resulte em morte.

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