Uma pesquisa inédita divulgada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revela que mais da metade dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores na Bahia não possui a habilitação do tipo A, exigida por lei para dirigir esses veículos. Este alto índice de infração também foi identificado em outros dez estados brasileiros.
O Maranhão lidera o ranking com 70% de proprietários de motos sem habilitação, seguido pelo Piauí (61,8%) e Paraíba (57,8%). A Bahia ocupa o nono lugar na lista. O levantamento destaca que todos os estados com mais de 50% de proprietários de motos sem habilitação estão localizados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Em contraste, Santa Catarina apresenta o menor índice de infrações, com apenas 18,9% dos proprietários de veículos de duas rodas sem a habilitação necessária.
A pesquisa da Senatran aponta que a dificuldade de acesso à carteira de motorista e o crescimento dos serviços de entrega e transporte por aplicativos são fatores que contribuem para essa situação. O secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, observa que a regularização dos condutores pode aumentar a segurança viária e promover a inclusão social.
“Ter a carteira de habilitação traz duas vantagens principais: melhora a segurança no trânsito e está diretamente ligada ao emprego formal e à atividade econômica remunerada. Quando os cidadãos estão regularizados, eles tendem a seguir as regras com mais rigor,” afirmou Catão.
Atualmente, o Brasil conta com 34,2 milhões de motos, motocicletas e ciclomotores registrados e 32,5 milhões de proprietários desses veículos, representando 28% da frota nacional. As projeções indicam que, em seis anos, esse percentual pode aumentar para 30%.
Entre 2023 e agosto de 2024, os órgãos de trânsito brasileiros registraram 714,7 mil infrações por conduzir motos sem habilitação. Minas Gerais lidera o número de multas, com 124,1 mil infrações, seguido por São Paulo (112,6 mil) e Rio Grande do Sul (57,2 mil).
“Esses dados levantam questões sobre o aumento no uso de motocicletas e seu impacto no trânsito. É essencial conscientizar a população sobre a importância de dirigir conforme a lei e facilitar o acesso à CNH,” concluiu Adrualdo Catão.