
Uma matéria publicada pelo portal A12, ligado ao Santuário Nacional de Aparecida, destacou a beleza e a devoção das tradicionais romarias fluviais que acontecem todos os anos no município de Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano.
Entre os meses de julho e outubro, a cidade se transforma com as chamadas grandes romarias, que reúnem milhares de devotos vindos de várias partes do Brasil. Eles chegam de diferentes formas – a pé, de carro, ônibus, motocicletas, bicicletas e até de barco, navegando pelas águas do rio São Francisco.
Durante a Romaria do Bom Jesus, realizada em agosto de 2025, 33 embarcações saíram da cidade de Xique-Xique (BA), levando cerca de 400 romeiros que refazem um caminho de fé, tradição e identidade cultural.
A reportagem contou a história de José Almeida Filho, advogado que organiza a romaria fluvial, e de seu pai, José Almeida Mota, de 80 anos. Ambos desceram juntos o Velho Chico em mais um ano de devoção.
“Estar nessa romaria pelas águas do São Francisco ao lado do meu pai é uma honra. Um momento de fé e alegria”, disse José Almeida Filho ao A12.
Já o pai, emocionado, relembrou a influência da mãe centenária:
“Sempre ouvi da minha mãe nas horas difíceis: ‘valei-me, meu Bom Jesus da Lapa’. Venho inspirado nesse amor e nessa devoção.”
A viagem, que percorre cerca de 400 quilômetros, é marcada por orações, cantos, paisagens deslumbrantes e forte senso de comunidade. A chegada ao Santuário do Bom Jesus da Lapa, conhecido como Santuário de Pedra e de Luz, representa não apenas o fim da jornada, mas o renascimento da fé de cada peregrino.
Mais do que um trajeto físico, as romarias fluviais são herança viva de um povo que carrega sua religiosidade nas águas do São Francisco, transformando o rio em caminho sagrado até o coração espiritual do sertão baiano.