Com a chegada do período da seca e o aumento do fluxo de turistas em Bom Jesus da Lapa e região, o Rio São Francisco — um dos principais atrativos naturais e culturais do oeste baiano — exige atenção redobrada por parte dos banhistas. Apesar de convidativo para o lazer e o descanso, o Velho Chico esconde armadilhas naturais que podem transformar momentos de diversão em tragédias.
A aparência de águas rasas engana. Nesta época do ano, o nível do rio costuma baixar, revelando margens mais acessíveis e áreas aparentemente seguras para o banho. No entanto, a realidade é outra. O leito do São Francisco é marcado por buracos profundos, correntezas invisíveis e solos irregulares, que surpreendem até mesmo moradores antigos da região. Esses fatores aumentam significativamente o risco de afogamentos, especialmente entre aqueles que não conhecem bem o local.
Na última semana, duas mortes por afogamento foram registradas na região. Em Bom Jesus da Lapa, um homem se afogou na comunidade quilombola Rio das Rãs. Já em Serra do Ramalho, um jovem de 18 anos perdeu a vida em um trecho do rio entre os povoados de Palmas e Figueira. Ambas as vítimas eram pessoas acostumadas ao convívio com o rio, o que evidencia ainda mais a necessidade de precaução.
A situação também exige maior atenção por parte do poder público, com a sinalização adequada das áreas de risco por meio de placas de alerta e campanhas educativas.
O Corpo de Bombeiros reforça: jamais entre em áreas desconhecidas do rio sem orientação. Evite mergulhar em pontos de profundidade duvidosa, redobre a atenção com crianças e nunca entre na água após consumir bebidas alcoólicas. Em caso de emergência, não tente realizar o salvamento por conta própria — acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo número 193 e, se possível, ofereça à vítima algum material flutuante, como uma boia ou garrafa plástica.
A beleza do Velho Chico é inegável, mas ela vem acompanhada de riscos que exigem respeito e cautela. Fique atento, preserve vidas e aproveite com responsabilidade.