
Dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB) – a doença da vaca louca – que surgiram no Brasil suspenderam as exportação de carne bovina para a China e podem resultar em redução do preço do produto no país. O Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) estima que, caso a proibição do envio do produto para o país asiático se mantenha por muito tempo, pode haver queda dos preços no mercado interno. No entanto, como são casos da febre atípica, a expectativa é que a suspensão da exportação seja revertida com certa rapidez.
Segundo o Ministério da Agricultura, as amostras que deram positivo foram coletadas de vacas de descarte e com idade avançada, em frigoríficos do Mato Grosso e de Minas Gerais. Por se tratarem de casos atípicos da doença – quando é originada dentro do próprio organismo do bovino -, o caso é considerado de menor gravidade e não ameaça o status sanitário do Brasil.
Em 23 anos, o Brasil registrou apenas cinco casos atípicos de vaca louca e nenhum caso clássico. “Dessa forma, o Brasil mantém sua classificação de país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais, seus produtos e subprodutos”, diz a nota divulgada pelo Ministério da Agricultura. Porém, as exportações para a China foram automaticamente suspensas em função do protocolo sanitário firmado entre os dois países. A comercialização só deve ser retomada após a China avaliar o relatório de informações repassado pelo Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a China segue como principal destino da carne brasileira. No mês de julho, o volume total de exportação foi de 91.144 toneladas, com crescimento de 11,2%. Considerando Hong Kong, a China compra 60% da produção de carne bovina do Brasil. No Rio Grande do Sul, três frigoríficos da Marfrig em Bagé, Alegrete e São Gabriel estão habilitados para exportação de carne bovina à China.