
A tendência dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos — já virou assunto em todo o Brasil e agora ganha destaque também no sudoeste baiano. Em Guanambi, no sudoeste da Bahia, um episódio envolvendo uma jovem de 25 anos repercutiu nas redes e levantou discussões sobre saúde mental e os limites entre afeto e fantasia.
Na noite do último domingo (18), por volta das 23h, a jovem chegou à UPA 24h de Guanambi em um carro de aplicativo, segurando um bebê reborn e pedindo atendimento médico. Segundo a Prefeitura, a situação foi contida antes que ela fosse atendida: uma senhora que deixava a unidade percebeu que se tratava de uma boneca, alertou a jovem e o motorista, e sugeriu que retornassem para casa.
A mulher que identificou a situação relatou conhecer a jovem e sua família, descrevendo-os como pessoas respeitadas na comunidade. Ela afirmou ainda que a jovem enfrenta um quadro de depressão e saiu de casa sem que os parentes soubessem. O bebê reborn teria sido adquirido recentemente por R$ 2.800.
Durante o trajeto até a UPA, a jovem teria pedido ao motorista que acelerasse, dizendo que o “bebê” estava sentindo dor. Ao retornar com ela para casa, ele foi recebido pelos pais e pelo irmão da jovem, que explicaram a situação e já haviam acionado apoio profissional de saúde.
Apesar de não ter sido atendida pela unidade, o caso foi comunicado à direção da UPA para registro. A situação chama a atenção para a expansão do fenômeno dos bebês reborn no interior do país — e os cuidados que esse tipo de afeto simbólico pode exigir quando associado a condições de saúde emocional.