Dreno do Projeto Formoso pode estar contaminando com agrotóxico o açude que abastece a comunidade de Lagoa das Piranhas; denunciam moradores

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Lagoa das Piranhas/Foto: José Hélio/Notícias da Lapa

Não é de agora que os moradores da localidade quilombola de Lagoa das Piranhas, no interior do município de Bom Jesus da Lapa denunciam um dreno que foi construído e direcionado para o açude que os moradores utilizam a água para o consumo humano. Mesmo com uma estação de tratamento na localidade, esta, não consegue dessalinizar  a água, por ser uma estação convencional.

Os moradores alegam que diversos fatos já aconteceram, que mostram que a água está sendo contaminada pelo dreno que sai do Projeto Formoso. “Precisamos de ajuda do poder público, pois o povo não aguenta mais essa situação. Essa água está acabando com a nossa comunidade, isso é um estado de calamidade pública”, afirmou Misael da Conceição Félix, presidente  da Associação da localidade.

Ele disse que do jeito que as coisas estão acontecendo vai chegar um momento que a comunidade vai estar toda doente, causando um transtorno maior. “Eu vejo que a nossa comunidade está sendo prejudicada, o dreno do projeto formoso tá aí, cai aí, e todo mundo tá vendo. Como é que dizem que essa água não está contaminada?”, questionou o presidente.

“Já teve outas situações que os médicos alertaram, não tomem água das Piranhas. E crianças estão tomando essa água, é um estado de calamidade”.

As representações destacam que  a Lagoa das Piranhas recebia vários visitantes, depois que passou a apresentar suspeita de contaminação não recebeu mais visitantes.

Sobre a situação, o SAAE de Bom Jesus da Lapa, através do diretor Gerson Nunes afirmou,  que   a mais ou menos 30 anos atrás, quando o Projeto Formoso foi criado, associado a irrigação, e havendo a necessidade de drenar a água em excesso que acaba chegando ao solo, direcionaram o dreno para a lagoa das piranhas. E a partir de então, as queixas, a cada ano, passaram a se tornar mais evidentes. O Diretor ainda sugere que a análise da água seja feita de forma independente, pela Universidade do Oeste da Bahia(UFOB), sem a participação da Autarquia, da CODEVASF e do INEMA.