Quase metade da população da Bahia não tem acesso a rede de esgoto

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Fossas sépticas ou fossas filtro não ligadas à rede geral são alternativas utilizadas por 9,7% da população. Foto: Divulgação/Embasa

Cerca de 6,7 milhões de baianos, ou seja 47,8% da população do estado, morava em domicílios sem ligação com as redes gerais de esgoto, pluvial ou com fossa em 2022. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou novos dados do Censo 2022 nesta sexta-feira (23).

Ainda segundo órgão, 32% da população da Bahia possui fossas rudimentares ou buracos como formas de esgotamento sanitário. As fossas sépticas ou fossas filtro não ligadas à rede geral também são alternativas utilizadas por 9,7% da população.

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“É um serviço mais complicado de ser instalado, então conexão com rede de esgoto [têm] mais complexidade para ser oferecido. As vezes existem limitações de território, topográficas que dificultam ainda mais a oferta desse serviço”, aponta Mariana Tavares, supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, como possíveis explicações para a falta de cobertura.

Outras alternativas para a rede de esgoto

As opções menos comuns utilizadas pela população que não tem acesso a rede de esgoto são valas, rios, lagos, córregos ou o mar. Ainda assim, cerca de 1,6%, ou 223.610 baianos precisam recorrer a essas alternativas.

“Na Bahia existem áreas rurais muito afastadas do distrito sede, do centro da cidade, em que é mais caro, é mais distante, mais difícil ter esse serviço. Muitas vezes, em oposição à rede, acaba-se tendo fossas como alternativa para esse desafio que é fazer a coleta e o posterior tratamento e destinação deste esgoto”, afirma Mariana, que ressalta que essa característica pode ser observada no Brasil como um todo.

As cidades da Bahia com a menor porcentagem da população com acesso à rede de esgoto são Novo Horizonte (0,1%), Bom Jesus da Lapa (0,1%), Matina (0,1%), Acajutiba (0,2%) e Baianópolis (0,2%).

Aumento no acesso ao serviço

Apesar disso, o acesso a rede de esgotamento sanitário geral ou pluvial foi o segundo serviço de saneamento básico cujo acesso por parte da população baiana mais cresceu, entre 2010 e 2022. Conforme os dados do IBGE, 52,2% dos baianos tem acesso à rede coletora de esgoto.

Itapetinga (94,8%), Salvador (94,7%), Madre de Deus (92,0%), Itororó (86,9%) e Coaraci (86,2%) são as cidades da Bahia com o maior número de pessoas com acesso à rede geral de esgoto.

Outros dados do Censo 2022

O abastecimento de água da rede avançada é o serviço de saneamento básico que chega a mais pessoas na Bahia, com 86,7% da população com acesso à água por meio da rede.

Para os 13,3% da população da Bahia que mora em casas que não estão ligadas à rede de água, as opções mais informadas foram poço profundo ou artesiano (4,4%), carro-pipa (2%), água da chuva armazenada (1,9%) e fontes, nascentes ou minas (1,7%).