CPI: Luana Araújo diz que Brasil segue na “vanguarda da estupidez mundial”

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A médica Luana Araújo, que foi anunciada como secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde mas que não chegou a ser nomeada no cargo, criticou, nesta quarta-feira (2/6), o fato de o Brasil ainda estar discutindo temas como tratamento precoce de pacientes com o novo coronavírus. Foi durante o depoimento que a infectologista está prestando à CPI da Covid do Senado.

Luana abordou o assunto ao ser perguntada pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), se ela e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegaram a discutir o tratamento precoce, por meio de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid, e medidas não farmacológicas, como o distanciamento social. Em resposta, a depoente disse que o Brasil não deveria estar ainda debatendo um assunto que já é “pacificado em todo o mundo”. Sobre o tratamento precoce, ela disse que não se pode discutir algo que não existe.

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“O ministro Marcelo Queiroga é um homem da ciência. Todos nós somos absolutamente a favor de uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, ela não pode se tornar uma política de saúde pública”, disse Luana.

Quando questionada novamente pelo relator sobre o assunto, ela respondeu: “Isso nem foi um assunto, senador. Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Quando eu disse, um ano atrás, que nós estávamos na vanguarda da estupidez mundial, eu, infelizmente, ainda mantenho isso em vários aspectos, porque nós ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se nós estivéssemos discutindo de que borda da Terra plana a gente vai pular. Não tem lógica. A gente precisa desenvolver soluções, estratégias claras, adaptadas ao nosso povo. A gente precisa ajudar o gestor, que, neste momento, é o ministro Queiroga, a conseguir os resultados que ele precisa”.

A médica infectologista também alertou para “o perigo da nossa fragilidade e da nossa arrogância”, ao criticar os rumos tomados pelo Brasil no combate à pandemia. “É preciso que a gente aprenda com os outros lugares, com as outras instituições, a gente precisa ganhar tempo. Não há nenhum cabimento isso”, disse, voltando a criticar o tratamento precoce.

Correio Brasiliense foto Agencia Senado