Pesquisa aponta que fake news levam pais a evitar levar filhos para tomar vacinas

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atualmente, os principais motivos que levam os pais e responsáveis a negligenciar a vacinação de crianças e adolescentes são o medo de possíveis efeitos colaterais (19,76%) e a falta de confiança nas vacinas (19,27%), de acordo com dados preliminares da pesquisa intitulada “Hesitação vacinal: por que estamos recuando em conquistas tão importantes?”, realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com o Instituto Questão de Ciência (IQC).

Para obter esses resultados, os pesquisadores entrevistaram aproximadamente mil pediatras, que relataram as dúvidas mais comuns sobre o assunto trazidas pelas famílias durante as consultas pediátricas de rotina.

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Além dos motivos mencionados anteriormente, os pais também citaram outras razões para não levarem seus filhos para receber vacinas, de acordo com os médicos. Entre elas estão o “esquecimento” (17,98%), a falta de disponibilidade de imunizantes no serviço público (17,58%) e o custo das vacinas no setor privado (10,69%).

Segundo a percepção dos especialistas, essas informações são principalmente disseminadas por meio das redes sociais (30,95% dos médicos responderam dessa forma). Aplicativos de mensagens, como o WhatsApp (8,43%), e a internet como um todo (13,60%), são apontados como influências mais significativas do que a televisão (3,34%).

Os pediatras têm recebido diversas dúvidas e afirmações falsas baseadas em desinformação. Algumas das principais frases relatadas são: “Minha filha não precisa da vacina para HPV, pois ainda não iniciou a vida sexual”; “A vacina para HPV pode causar efeitos neurológicos graves”; e também “A doença causada pelo rotavírus é leve em crianças”.

Essas declarações destacam a necessidade de esclarecimentos e informações corretas por parte dos profissionais de saúde para combater a disseminação de informações errôneas e garantir a

De acordo com 81,29% dos pediatras entrevistados, a vacina contra a Covid-19 é a que mais gera apreensão nas famílias, seguida pelas vacinas contra o vírus influenza (6,7%) e a febre amarela (6,09%), que são doenças mais conhecidas pela população em geral.

Nos consultórios, os pais apresentam diversos motivos para rejeitar a vacina contra o coronavírus para seus filhos. Os principais argumentos mencionados são: preocupação de que a vacina de tecnologia RNA possa trazer riscos à saúde das crianças (18,09%); receio de correr riscos, pois acreditam que as imunizações podem causar doenças como miocardite e trombose (16,58%); desconfiança em relação à segurança das vacinas de RNA no longo prazo (13,07%); crença de que as crianças não sofrem com casos graves de Covid-19 (12,84%); e desconhecimento de casos de crianças que faleceram em decorrência da Covid-19 (8,80%).