
Romilcio Alves Rocha, de apenas 44 anos, morador do distrito de Barra do Parateca, em Carinhanha, no sudoeste da Bahia, é mais um nome entre as muitas vítimas da chamada “fila da morte” — a regulação da saúde pública baiana. Após mais de 17 dias internado no Hospital Municipal de Carinhanha, ele faleceu na noite da última quinta-feira(8), sem conseguir a transferência para um hospital com estrutura adequada.
Com diagnóstico de tuberculose, anemia e suspeita de câncer, Romilcio agonizou sem se alimentar, mantido apenas com soro. Segundo relatos da família, o oxigênio só foi iniciado quando o quadro já era gravíssimo. Uma tomografia chegou a ser autorizada para o mesmo dia em que faleceu, mas era tarde demais.
O secretário municipal de saúde afirmou que a unidade fez o que estava ao alcance, mas lamentou a demora da regulação estadual, cuja responsabilidade não é do município.
O corpo foi velado no dia seguinte, em clima de revolta e tristeza. A morte de Romilcio é mais uma entre tantas que escancaram o descaso e a lentidão de um sistema que deveria salvar, mas segue tirando vidas.