Maio Furta-Cor fomenta ações em prol da saúde mental materna em Bom Jesus da Lapa

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No mês das mães, uma iniciativa busca sensibilizar a sociedade em relação à saúde mental materna. A campanha Maio Furta-Cor tem o objetivo de ampliar a visibilidade e a consciência sobre o tema e fomentar discussões em torno desse assunto e dos aspectos que envolvem os crescentes índices de depressão, ansiedade, esgotamento e até suicídio após a maternidade.

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A psicóloga Cirlene Leal Cardoso França é uma das principais  organizadoras das ações da campanha em Bom Jesus da Lapa e explica o que motivou o movimento.

– O tornar-se mãe é um processo de metamorfose que parece não chegar ao fim. Esse negócio que é ensinado que há uma grande realização quando nos tornamos mães, e que o “amor incondicional” materno é suficiente para lidarmos com todas as demandas que vão existir é uma verdadeira cilada.

– Quando a gente vivencia a maternidade real, sem romantização, percebemos que existe o amor no maternar, mas também existem muitas dores, lágrimas, solidão e invisibilidade. E tudo isso pode adoecer uma mãe.

– Eu vivenciei a solidão materna, me senti invisível diante de algumas pessoas que pensei que estariam ao meu lado naquele momento tão importante da minha vida, mas por outro lado ressignifiquei essas perdas. Meu esposo me auxiliou bastante, sempre sendo um colo acolhedor. Com ele, tive e tenho todo apoio para passar por essa metamorfose materna.

De acordo com Cirlene, ela percebeu a  necessidade de ampliar essa discussão, já que diferente do seu caso, ela tem  visto que muitas mulheres estão sozinhas, sem nenhum apoio, adoecendo, sem que ninguém as perceba. “Vejo inúmeras mulheres sentindo-se culpadas por não ser a mãe do imaginário social que dá “conta de tudo”. Essa e as questões indicadas acima geraram uma enorme inquietação, um desejo de tornar visível as dores dessas “Marias”, o que está sendo possível através do abraço na campanha do Maio Furta-cor”.

“Confesso que abracei com medo, mas me coloquei como representante voluntária para propagar essa onda de amor em relação às mães; dar visibilidade à saúde mental materna; e, legitimar as demandas da maternidade. Sabemos que a maternidade requer muito de uma mãe, mas não podemos esquecer que essa mãe também precisa ser cuidada”.

Quanto às principais orientações que podem ser seguidas pelas mães para cuidar da saúde mental, a psicóloga indica:

-Ter rede de apoio é essencial para manter o equilíbrio físico e emocional da mãe.

-A mãe deve reservar um tempo para ela, e para isso acontecer é importante pedir o -auxílio de outras pessoas.

-Delegar tarefas para sua rede de apoio.

-Participar de grupos de apoio com outras mães, sejam presenciais ou online.As trocas de experiências com mulheres que estejam passando pelos mesmos problemas são importantes para a saúde mental.

-Prática de atividades físicas.

-Procura de ajuda profissional quando a mãe perceber que não está bem emocionalmente.

-Não se culpar quando as coisas fugirem do controle.

-Essas são algumas orientações que podem auxiliar na saúde mental materna, lembrando que cada mãe tem sua realidade. O que pode funcionar para uma, pode não ser adequado para a realidade da outra”.

As ações da Campanha Maio Furta-Cor em Bom Jesus da Lapa começaram no início do mês, com  realização de Rodas de Conversa sobre saúde mental materna no Campus XII da Universidade Estadual da Bahia(UNEB), com apresentação da Campanha pela psicóloga Cirlene Leal  e palestra com a psicóloga  Janara Teixeira, com o tema Saúde mental materna: Autocuidado para além das suas funções na maternidade.

Já neste sábado, às 18h, acontece a Marcha Maio Furta-Cor, que sairá da Praça do Cruzeiro e seguirá até a Praça da Catedral.

As ações da Campanha Maio Furta-Cor continuam até o final do mês, confira: