Campanha ‘Em nome de que, São Francisco?’ convoca sociedade para proteger um dos principais rios do Brasil

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A contaminação das águas do São Francisco por metais pesados da lama da Vale que vazou em Brumadinho – constatada por técnicos da Fundação SOS Mata Atlântica – inspirou a campanha “Em nome de que, São Francisco?”, que está sendo lançada hoje. Um vídeo especialmente produzido para a campanha mobilizou parte da equipe da novela “Velho Chico”, exibida pela TV Globo em 2016.

Gabriela Lapagesse, editora da ONG Uma Gota no Oceano, preparou esse texto especialmente para a coluna:

“É uma tragédia imensa, continental. É a maior tragédia envolvendo água que já aconteceu no país. Expande o que aconteceu com o Rio Doce e em Brumadinho”. Foi assim que o diretor Luiz Fernando Carvalho, responsável pela supervisão artística da campanha “Em Nome de que, São Francisco?” caracterizou a contaminação por metais pesados que chegou ao rio mais conhecido do país. A campanha, lançada hoje, tem por objetivo convocar a sociedade brasileira para defender o Velho Chico.

Colaborador, desde 2017, da ONG Uma Gota no Oceano – onde dirigiu o vídeo “Saltos Sagrados” e finaliza documentário gravado na Terra Indígena SawréMuybu com o povo Munduruku, às margens do Rio Tapajós – Luiz Fernando Carvalho relembrou a importância do Velho Chico. “Minha relação com o São Francisco vem da infância. Minha família é de origem nordestina e viajava comigo nas férias sempre para lá. Aprendi, ainda criança, a lição de que o São Francisco é o rio da integração nacional, é o nosso maior rio. Ele é essencialmente brasileiro, nasce e morre em território nacional. Cuidar da água é cuidar dos seres humanos”.

Com a informação divulgada pela Fundação SOS Mata Atlântica de que a lama tóxica da barragem de rejeitos da Vale que rompeu em Brumadinho havia chegado aos rios Paraopeba e São Francisco, Uma Gota no Oceano produziu a campanha e Luiz Fernando naturalmente se envolveu no projeto. São mais de 14 milhões de pessoas que serão diretamente afetadas. “Habitam todo o curso do São Francisco quilombolas, ribeirinhos, indígenas, um conjunto enorme de populações invisíveis. A exploração indevida do rio, como a colocação de barragens, acaba por transformar estas vítimas ainda mais invisíveis. É uma tragédia invisível para a população em geral. As pessoas vão deixar de pescar, de se banhar”, comentou o diretor, que levou o compositor, produtor musical e pianista Tim Rescala a fazer parte do projeto, assinando o arranjo para a versão musical, de Padre Irala, da Oração de São Francisco. (G1)