Líderes políticos precisam mobilizar sociedade para combater coronavírus, diz a Organização Mundial da Saúde

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Tedros Adhanom destacou que a humanidade já superou outras pandemias antes e que vai superar essa também Foto: Divulgação/OMS

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira (25) que os políticos precisam liderar suas comunidades e mobilizá-las para frear o avanço da pandemia do coronavírus.

“A liderança política é chave e precisa ser capaz de mobilizar comunidades para assumirem suas partes e fazerem as coisas corretas para suprimir e controlar essa pandemia”, afirmou Tedros após ser questionado sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro, na terça-feira (24), quando criticou o fechamento de escolas, a paralisação do comércio e o isolamento social em Estados como São Paulo.

O diretor da OMS ressaltou que confia nos governos para tomarem as atitudes corretas de enfrentamento ao vírus. “Entendemos os dilemas terríveis que os países enfrentam ao proteger a economia e os sistemas sociais”, reconheceu, enfatizando que o foco precisa ser em “salvar vidas e parar a doença”. “Precisamos de confiança das comunidades para elas estarem mobilizadas e fazerem suas partes. Isso é papel de todo mundo”.

Tedros destacou que a humanidade já superou outras pandemias antes e que vai superar essa também. “A questão é o preço que pagaremos. Já perdemos mais de 16 mil vidas. Sabemos que perderemos mais – quantas mais serão determinadas pelas decisões e ações que tomamos”.

Tedros reforçou a necessidade de os países adotarem medidas de distanciamento social e restrição de circulação de pessoas. O diretor da OMS lembrou que 150 países ainda têm menos de 100 casos, recomendando ações agressivas para que essas nações consigam prevenir a transmissão local.

“Medidas agressivas para identificar, isolar, testar, tratar e rastrear [os contaminados] não são apenas a melhor e mais rápida saída de restrições sociais e econômicas extremas. Elas também são a melhor maneira de evitá-las”.

A entidade fez ainda recomendações sobre como atacar com o vírus. Primeiro, sugeriu expandir, treinar e capacitar profissionais da saúde. Além disso, recomendou a implementação de um sistema amplo capaz de identificar os casos suspeitos em nível local e também a elevação da produção, da capacidade e da disponibilidade de realizar testes.