Assembleia de SP aprova projeto que reduz pena de presos que lerem a Bíblia

0
GrupoSCosta-350x250px

phpThumb_generated_thumbnail

A Assembleia Legislativa de São Paulo tornou lei a possibilidade de diminuição da pena para presos pela leitura da Bíblia. Os deputados estaduais paulistas rejeitaram um veto do então governador Geraldo Alckmin (PSDB) a um projeto de lei, aprovado em dezembro passado, que estabelecia a diminuição de pena para presos que participarem de atividades de leitura, sendo cada livro da Bíblia considerado como uma obra literária e o único livro expressamente citado no texto. Alckmin vetou, em janeiro, 11 dos 13 artigos do Projeto de Lei (PL) 390 de 2017 alegando que o tema é de competência federal e, portanto, “não pode ser instituída por lei estadual”.

Os deputados paulistas derrubaram o veto do governador na última terça-feira (29). O governo do Estado será notificado e terá 48 horas para se pronunciar. Caso o atual governador Márcio França (PSB) não promulgue o texto original, com a reinclusão dos artigos vetados, o projeto deve virar lei por um ato do presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris (PSDB).

BahiaFArmShow-350x250px

Conforme recomendação do Conselho Nacional de Justiça, os detentos do Sistema Penitenciário Federal são recompensados com quatro dias a menos da pena para cada livro que leem, até um limite de 12 obras por ano.

O deputado Gilmaci Santos (PRB), um dos autores da proposta, discorda da justificativa de inconstitucionalidade apresentada pelo Executivo. “Isso [remição de pena pela leitura] já existe dentro do nosso país e no estado de São Paulo, só não é lei. Nós queremos que vire lei. E não é só a Bíblia, é uma obra de qualidade”, disse à Agência Brasil, ao explicar que cada livro que compõe a Bíblia contará individualmente: “Ela [a Bíblia] é composta de 66 livros. No nosso projeto nós pedimos que cada livro seja considerado para redução da pena. E talvez seja por isso [o veto].”

O Artigo 2º, que não foi vetado pelo Executivo, explica que a remição de penas pela leitura “consiste em proporcionar aos presos custodiados alfabetizados a possibilidade de remir parte da pena pela leitura mensal de uma obra literária clássica, científica, filosófica ou religiosa, dentre outras, de acordo com as obras disponíveis na unidade prisional”.

O parágrafo seguinte detalhava a adoção da Bíblia, indicando a divisão de 39 livros do Velho Testamento e 27 livros do Novo Testamento.

O texto indica que a participação do preso será sempre voluntária. Além disso, podem participar todos os presos da unidade que saibam ler e escrever, pois será exigido dele a elaboração de uma resenha da obra literária lida.