Ministro diz que é possível chegar a 1.000 mortes por coronavírus no Brasil por dia

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O ministro Nelson Teich, na coletiva desta quinta-feira (Foto: Marcelo Casall Jr / Agência Brasil)

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da saúde, Nelson Teich, falou na tarde desta quinta-feira (30) sobre a pandemia do novo coronavírus, sobre as medidas de isolamento e sobre as perspectivas para o avanço da doença no Brasil. E um dado passado pelo ministro acendeu o alerta: é possível que o Brasil chegue a confirmar 1.000 mortes por dia, nos próximos dias. O País encerrou o mês de abril com 5.901 mortes ao todo e 85.380 casos de coronavírus. Somente nesta quinta, foram 435 óbitos.

“Em relação a um possível número de mortes, e hoje estamos em 435, o número de 1.000, se tivermos um crescimento significativo na pandemia, é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer”, disse Teich, na coletiva. “A gente tem que acompanhar a cada dia para tomar as decisões”.

Teich lembrou que a decisão de manter o isolamento é de estados e municípios. “Se a gente não parar pra ver o que isso representa para a sociedade e ficar polarizando pra dizer se é bom ou ruim não vai levar a nada. Até mesmo você colocar uma diretriz, vira argumento para discussão de polarização de políticas e ideias”, reclamou. Ontem em audiência com senadores o ministro adiantou alguns critérios, como a capacidade de atendimento, a incidência da doença e o estágio da curva.

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Perguntado sobre a flexibilização do isolamento, declarou que a orientação é de manter o distanciamento e que a diretriz vai ser um instrumento para estados e municípios abrirem em um cenário em que o avanço estiver mais controlado, mas que agora não seria este momento. “Não dá para começar liberação quando tem curva em franca ascendência”.

“Neste momento em que temos os grandes centros urbanos em fase de ascensão não é momento adequado de se colocar isso, pois pode criar expectativa na própria população de que o MS [Ministério da Saúde] está recomendando a flexibilização. Isso tem que ser feito de forma cautelosa”, acrescentou o assessor especial do ministro, Denizar Vianna.

Equipamentos

Teich voltou a destacar que o principal problema no abastecimento de equipamentos são os respiradores.  A estimativa é obter entre 720 e 750 por mês. “Temos que ter sabedoria em como vamos distribuir. O que conversamos com os governadores e secretários é que distribuição esteja atrelada à capacidade de usar o leito. Se o que está faltando para o leito é ventilação mecânica, isso vai ser utilizado, e isso vai ser priorizado para situações mais complicadas”, observou.

Ele relatou que a equipe do ministério está buscando mapear os fornecedores desses equipamentos no país e no exterior. Mas que há uma concorrência dura em razão da demanda de outras nações. Este problema era uma reclamação recorrente do ex-titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta. Informações do Bem Paraná.